domingo, 20 de novembro de 2016
sábado, 9 de agosto de 2014
A ECONOMIA É UMA CIÊNCIA SOCIAL SÉRIA
Alfredo Marcolin Peringer
Economista
O Keynesianismo, alusivo a John Maynard Keynes, continua sendo uma das
disciplinas mais ensinadas nas escolas de economia mundo afora, públicas e
privadas. Os governantes adoram o sistema! Ele prega que o crescimento
econômico pode ser influenciado, de maneira sustentada, pelo aumento da
demanda, advindo dos gastos governamentais.
Mas Jean-Baptiste Say, jornalista e economista francês, no seu Tratado de Política Econômica, mostra a impossibilidade de a demanda estimular a economia, uma vez que ela é um produto da atividade econômica, resumido em sua célebre frase: “a oferta cria a sua própria demanda”, sendo algo irreal, assim, a criatura gerar o criador.
Mas Jean-Baptiste Say, jornalista e economista francês, no seu Tratado de Política Econômica, mostra a impossibilidade de a demanda estimular a economia, uma vez que ela é um produto da atividade econômica, resumido em sua célebre frase: “a oferta cria a sua própria demanda”, sendo algo irreal, assim, a criatura gerar o criador.
Friedrich von Hayek e Ludwig von
Mises, em seus ensinamentos sobre as crises econômicas, evidenciam mais essa
irrealidade ao decompor a oferta em seus vários estágios de produção, que vão
de baixo para cima: do estágio de consumo, aos estágios de ordem mais elevadas.
Pressupondo a produção de sapatos de couro bovino, o estágio de primeira ordem
é representado pelas lojas comerciais; o de segunda, pelas fábricas de sapatos;
o de terceira, pelos curtumes que refinam, pintam e embelezam o couro; o
de quarta, pelos frigoríficos que matam os animais e retiram o couro; o de
quinta ordem, bem afastado do consumo, estão as fazendas agropecuárias que
formam as pastagens, criam e selecionam o rebanho para abate.
Cada estágio empresarial usa máquinas, equipamentos, prédios, matérias primas, insumos, mão de obra e moeda, e em proporções e quantidades certas, dentro de uma engrenagem única, impossível de ser acompanhada pelas vias das intervenções governamentais. As tentativas pervertem o sistema, sendo a causa dos estados depressivos no mundo, como ensina Mises no ‘Ação Humana’:
Cada estágio empresarial usa máquinas, equipamentos, prédios, matérias primas, insumos, mão de obra e moeda, e em proporções e quantidades certas, dentro de uma engrenagem única, impossível de ser acompanhada pelas vias das intervenções governamentais. As tentativas pervertem o sistema, sendo a causa dos estados depressivos no mundo, como ensina Mises no ‘Ação Humana’:
“Os intervencionistas têm toda a
razão em afirmar que a expansão monetária ou do crédito leva ao crescimento dos
negócios. Eles estão enganados, apenas, em ignorar que tal crescimento é
artificial, não dura e acaba, inextricavelmente, em depressão geral”.
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
É A ECONOMIA, IDIOTA
ALFREDO
MARCOLIN PERINGER
Economista
Em
1991, na bem sucedida campanha eleitoral americana de Bill Clinton contra
George H. W. Bush, então presidente dos Estados Unidos e candidato à
reeleição, o seu estrategista, James Carville, apresentou três temas centrais de cunho político mercadológico para o seu pessoal
trabalhar: a) mudança versus mais do mesmo; b) não se esqueça do
sistema de saúde; e c) é a economia, idiota.
Na época, o prestígio do presidente Bush dentro da sociedade americana era alto. Havia ganhado a Guerra do Golfo, libertado o Kuweit e os Emirados Árabes Unidos da invasão iraquiana e feito isso num curto período de tempo (02/08/1990 a 28/02/1991) e com baixa mortalidade de soldados americanos.
Não havia maneira de a sua organização política, o Partido Republicano, deixar de indicá-lo para concorrer à presidência dos Estados Unidos, fato que ocorreu inclusive com entusiasmo, na pressuposição, é claro, de que carregaria o seu prestígio às urnas, vencendo o pleito.
Ledo engano! Tinha a uma pedra no meio do caminho. A recessão, que iniciou no terceiro trimestre de 1990, avançou no ano de 1991, início da campanha, abalando sobremaneira a confiança dos americanos, principalmente nos seus governantes. Nem poderia ser diferente: as estatísticas do Ministério do Trabalho mostravam cerca de 1,6 milhão de trabalhadores desempregados no país.
Carville, um excelente estrategista, soube aproveitar politicamente a queda da atividade produtiva americana. Deixou de lado as demais táticas mercadológicas, passando a trabalhar apenas com o bordão “it’s the economy, stupid”, forma que sintetizava muito bem a depressiva situação econômica do país.
Embora fosse uma estratégia para o consumo interno do seu grupo de trabalho, o lema caiu no gosto da população, ganhando logo um lugar nos anais da história político-eleitoral americana, sendo usado até hoje por mercadologistas mundo afora, principalmente em países às voltas com problemas de desemprego e inflação, comum hoje em diversas partes do mundo.
Na época, o prestígio do presidente Bush dentro da sociedade americana era alto. Havia ganhado a Guerra do Golfo, libertado o Kuweit e os Emirados Árabes Unidos da invasão iraquiana e feito isso num curto período de tempo (02/08/1990 a 28/02/1991) e com baixa mortalidade de soldados americanos.
Não havia maneira de a sua organização política, o Partido Republicano, deixar de indicá-lo para concorrer à presidência dos Estados Unidos, fato que ocorreu inclusive com entusiasmo, na pressuposição, é claro, de que carregaria o seu prestígio às urnas, vencendo o pleito.
Ledo engano! Tinha a uma pedra no meio do caminho. A recessão, que iniciou no terceiro trimestre de 1990, avançou no ano de 1991, início da campanha, abalando sobremaneira a confiança dos americanos, principalmente nos seus governantes. Nem poderia ser diferente: as estatísticas do Ministério do Trabalho mostravam cerca de 1,6 milhão de trabalhadores desempregados no país.
Carville, um excelente estrategista, soube aproveitar politicamente a queda da atividade produtiva americana. Deixou de lado as demais táticas mercadológicas, passando a trabalhar apenas com o bordão “it’s the economy, stupid”, forma que sintetizava muito bem a depressiva situação econômica do país.
Embora fosse uma estratégia para o consumo interno do seu grupo de trabalho, o lema caiu no gosto da população, ganhando logo um lugar nos anais da história político-eleitoral americana, sendo usado até hoje por mercadologistas mundo afora, principalmente em países às voltas com problemas de desemprego e inflação, comum hoje em diversas partes do mundo.
terça-feira, 22 de maio de 2012
A lei natural, a ética e a minha samambaia
Alfredo Marcolin Peringer*
Aristóteles,
na obra “Ética a Nicômaco”, falando sobre a criação da Natureza, cita que: “É
impossível para uma pedra, que tem um movimento natural para baixo, conseguir
reverter esse movimento, passando a se movimentar para cima, mesmo se alguém
tentar dez mil vezes inculcar esse hábito nela; nem fazer o fogo se movimentar para baixo, ou se mudar a direção de qualquer
ente, atribuída pela natureza...”
A Natureza
fascina. Conservo uma Samambaia entre duas janelas e costumo brincar, trocá-la de
foco, fechando um dos lados e abrindo o outro, para vê-la mover seus ramos,
paulatinamente, em direção ao lado com maior luz. A ação dela é sempre a mesma!
Está amarrada a um código da Natureza que a obriga a escolher a claridade para
se manter viva. Trata-se de uma ação pré-programada, agendada a guisa de
trabalho, que ela tem que obedecer como
uma escrava. Aliás, mais do que isso. Uma escrava pode recusar a fazer algo,
decidindo, inclusive, a não viver, mas isso também é impossível para a minha
Samambaia fazer por contra própria.
Claro, se um obstáculo a impedir de fabricar o seu alimento básico — a
glicose — cuja matéria-prima é a luz solar, a água e o dióxido de carbono,
coletado pelas raízes e ramos, ela morre.
Com o animal não-humano
não é diferente. A Natureza também lhe deu uma vida para proteger e cuidar. Não
lhe impôs limites mecânicos, como fez com os vegetais, mas lhe deixou para
sempre dois mestres, o prazer e a dor, e um potente órgão sensitivo que o avisa dos
perigos iminentes ou da sede e fome, induzindo-o a fugir ou reagir, a beber
água ou a caçar, mas cada ação não vai além da água ou da ‘presa à boca’, sem
quaisquer provisões para o futuro. A Natureza, semelhante à minha Samambaia,
também o proibiu de se suicidar:
diferente do Homem, ele é o único animal que não atenta contra a vida.
Intriga a Natureza
não ter imposto nenhum limite mecânico ao Homem. Deixou-o livre para escolher os
valores que vão ajudá-lo na proteção da vida e no trabalho de mantê-la. Mas
logo se compreende a razão dessa liberdade. Condicionou-o, semelhantemente aos
animais não-humanos, ao prazer e a dor, e incutiu nele uma poderosa
consciência, com capacidade para adquirir conhecimento ilimitado. Muniu-o com um
sistema mental complexo, em que os sentidos captam as imagens e informações que
se transformam em conceitos guardados na memória, para que a razão analise e acione
a ação, sempre com vistas a sair de uma situação menos favorável para outra
mais favorável. Trabalha, poupa, investe em métodos longos de produção, faz
plano, minimiza os riscos da falta de matérias-primas, insumos e bens e
serviços, base do seu sustento e prazer.
O Homem não
precisaria de um guia ou código de ética para orientar as suas escolhas e ações.
Mas a Natureza criou uns diferentes dos
outros em inteligência e produtividade e isso, não raro, costuma acionar a
inveja e a cobiça. Ademais, há a possibilidade de a Natureza ter ultrapassando
os seus próprios limites naturais, quando fez o Homem à semelhança de Deus e do
animal, como nos afirma Heráclito. O
Homem animal, junto com a cobiça são fulcros de ações agressivas contra a vida
e o patrimônio de outro Homem, condenadas assim por Ayn Rand: “Nenhum homem – ou grupo, sociedade ou governo – pode iniciar o uso da força contra
outro homem, a não ser em retaliação a quem a iniciou... ou obter qualquer
valor de outro recorrendo à força”.
Nas sociedades
modernas e tão amplas ao ponto de jamais terem sido imaginadas pelos pensadores
gregos, os maiores agressores à vida do Homem e aos demais valores necessários
para mantê-la são os próprios governos, ainda que, paradoxalmente, tenham sido criados
para amparar tais valores. Como os Senhores da Guerra e do Imposto, ceifam vidas,
expropriam os valores obtidos com o trabalho e desestimulam a criatividade
humana.
São condições que
exigem a proteção de um guia ético para o Homem, semelhante ao da minha Samambaia,
em que o Mal é tudo aquilo que atente
contra a sua vida e o seu trabalho na busca da luz, da água e do ar,
necessários para ela produzir o seu alimento básico, a glicose. O Bem é tudo que contribua positivamente
com a vida dela e dos meios utilizados para mantê-la. Com o Homem não é
diferente. Um código de ética para ele
também tem que vincular o Bem ao
engrandecimento da sua vida e dos frutos do seu trabalho. E o Mal a tudo que afetar negativamente esses
valores morais básicos: vida e trabalho.
Tanto para a minha Samambaia quanto para o Homem, o Mal pode levá-los à extinção...
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